06 Maio 2006
Desde Freud, a Psicanálise tem sido alvo de discussão, tanto entre seus pares como entre outros grupos que desejam fazer dela uma fonte de prazer. Contudo a cultura contemporânea assimila de certa forma o discurso psicanalítico, como um modo de entender-se no mundo. Entender-se nas diferenças, promotoras de singularidade. No último fim de semana, como homenagem aos 150 anos do nascimento de Freud, o caderno Prosa & Verso do jornal O Globo publicou diversos artigos que discutem novos desafios para este legado que Freud nos deixou.
13 Maio 2006
LIVRO NEGRO PÕE FREUD NA FOGUEIRA
Mas Freud já antecipava esse debate quando afirmou: “Qualquer linha de investigação que reconheça esses dois fatos (transferência e resistência) e os tome como ponto de partida de seu trabalho tem o direito de chamar-se psicanálise, mesmo que chegue a resultados diferentes dos meus.” Freud, S. A história do movimento psicanalítico, E. S., Imago, Rio de Janeiro, 1914,vol XIV, p. 26
16 Maio 2006
Contudo, a Glaxo acredita que é “difícil concluir que haja uma relação de causa” entre o comportamento observado e o medicamento, e que os benefícios do tratamento superam qualquer risco. Por isso, afirmam, os dados devem ser interpretados com muito cuidado. Tendências suicidas? Nem Freud explica!...
24 Maio 2006
Falar de uma semana de acontecimentos em São Paulo me vem logo à lembrança a Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922, cujo único óbito relatado foi o “atestado de óbito da arte dominante”. O academicismo plástico, o romantismo musical e o parnasianismo literário, receberam ali o golpe fulminante. Foi um ato de mudança que deu início a um período de livre experimentação e pesquisa na busca de uma arte nacional, resgatando a realidade brasileira e a sua atualização com as vanguardas européias. Um dos pontos de destaque daquela semana foi a criação de Paulicéia Desvairada, por Mario de Andrade.
28 Maio 2006
Para quem já se deparou com a frase “isso nunca me aconteceu antes!”, é claro que o comprimido, que terá o nome de Helleva, será bem vindo, até porque o que se eleva trará satisfação para os parceiros na hora H, ou então corremos o risco de mais um fome zero, cujo resultado ninguém sabe, ninguém viu. Contudo, para o pesquisador Jorge Afiune, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Helleva, o medicamento será tão eficaz quanto seus concorrentes estrangeiros. É só esperar para ver. Se não funcionar, só Freud Explica!!!
31 Maio 2006
REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO: "OS DESAFIOS ÀS NOVAS FORMAS DO MODO DO SER PSICANALÍTICO CONTEMPORÂNEO"
“alteridade imprevisível, a chegada do chegante.” (...) “uma tarefa amanhã para a psicanálise, para uma nova razão psicanalítica, (...) uma revolução que, como todas as revoluções, transigirá com o impossível, negociará o não-negociável tornado não-negociável, calculará com o incondicional, como tal, com a incondicionalidade inflexível do incondicional” .
14 Junho 2006
É bem verdade que, qualquer um de nós, pode ser definitiva ou temporariamente portador de alguma diferença, como acontece há décadas com os portadores de HIV+, que representam pelo menos dois aspectos: um do ponto de vista médico, que o define como terminologia (portador de HIV), e outro que o levou à desclassificação social por preconceito ou ignorância. Na exclusão, o fantasma da marginalização se apresenta com suas diversas facetas da fome, da miséria, da loucura, da delinqüência, das enfermidades incuráveis, das minorias raciais, dos “desvios” sexuais, ideológicos, religiosos, econômicos, dos drogaditos, etc. O incrível é que em nome de uma não marginalização, criam-se lugares exclusivos ou com horários diferenciados segundo as diferenças racial, sexual, ideológica, etc..
08 Julho 2006
DIFERENÇA 3 – A QUESTÃO BRASILEIRA
Contudo miscigenar e segregar sempre estiveram presentes em todos os aspectos da vida brasileira. As questões libertárias e desenvolvimentistas, nunca foram resolvidas em nossa história pelos oprimidos ou sujeitos destas questões, cabendo sempre aos senhores palacianos as decisões que imprimiram as mudanças de acordo com os seus interesses, como foi o caso da Lei Áurea e da proclamação da república.
29 Julho 2006
Acuados pelo medo do desconhecido, os jovens da UnB apelaram para a estratégia da auto defesa usando o filósofo francês como escudo. E um deles, especialmente apaixonado pela obra da Foucault, viu ali a ocasião de testar na prática seus conhecimentos teóricos. E os presos, sem nada para fazer, em vez de agressões ou hostilidades, resolveram escutar o que tinham a dizer aqueles jovens do Plano Piloto, presos por um motivo que, para eles, parecia caçoada. A aula de filosofia valeu para ambas as partes. Espontaneamente, jamais teria ocorrido aos estudantes dar “aulas” de filosofia na cadeia. Até porque as estruturas carcerárias não permitem este tipo de atividade.
30 Julho 2006
CASO SUZANE E DANIEL - UNIDOS PELO ESPELHO E PRESOS PELO OLHAR
O artigo coloca em questão estes aspectos que perdem importância na medida em que sua reflexão faz emergir aquilo que no âmbito das aparências e das imagens não é passível de um simples entendimento, além do fato de poder demonstrar que a vida possui um equilíbrio instável, principalmente quando o sujeito está superficialmente ancorado em identificações imaginárias, faltando-lhe ou estando em carência do suporte referencial simbólico do Outro paterno.
21 Agosto 2006
O SONHO DA INJEÇÃO DE IRMA: DE EURÍPILO A ÉDIPO
O sonho de Injeção de Irmã ocupa um lugar único na história da Psicanálise. Foi o primeiro sonho que Freud submeteu a uma interpretação detalhada e que permitiu, segundo ele, resolver o enigma dos sonhos. Numa carta a Fliess do 12 de junho de 1900, Freud (1994) expressa o desejo de que na casa aonde teve o sonho da injeção de Irma possa ler-se algum dia uma placa de mármore: "Aqui se revelou em 24 de julho de 1895 ao Dr. Sigm. Freud o segredo do sonho".
24 Agosto 2006
A DIVULGAÇÃO DO SABER EXTRA-MUROS
Daniel mostra como nas últimas duas décadas, a psicanálise e os psicanalistas, têm contribuído de modo decisivo para os avanços alcançados no campo da saúde mental, com contribuições significativas para a reforma psiquiátrica no Brasil. Segundo ele, o aumento no ingresso de psicólogos e de outros profissionais com formação psicanalítica atuando, tornam a escuta analítica cada vez mais acessível. Alem disso, uma grande parte das instituições psicanalíticas oferece atendimento acessível à população menos favorecida. Ele ainda acrescenta que o objeto da psicanálise não é exatamente o indivíduo, mas é a singularidade desejante, o que faz da psicanálise um instrumento teórico para pensar a produção contemporânea da subjetividade, e um método de acolhimento e de transformação expansiva do sofrimento psíquico inigualável.
24 Agosto 2006
AS CONDIÇÕES DO MAL-ESTAR SÃO HOJE AINDA MAIS CATASTRÓFICAS
Pode-se dizer que a teoria psicanalítica sobrevive tanto no seu campo estrito, isto é, a clínica, a psicoterapia, as relações com a psiquiatria e a psicologia, quanto nas relações com os outros saberes. A psicanálise é convocada hoje para pensar as questões ligadas à política e à sociedade, no qual as suas atribuições são bem acolhidas.
25 Agosto 2006
Mas Freud é novamente o pioneiro quando nos dá conta de que a humanidade sofreu três reveses ou, como ele dizia, três feridas narcísicas. A primeira ferida foi quando Copérnico mostrou que a Terra não era o centro do universo, a segunda, quando Darwin trouxe novas luzes ao desenvolvimento das espécies, mostrando a origem do homem a partir do reino animal. A terceira ferida narcísica foi infligida com a descoberta do próprio Freud de que a consciência não é o centro da razão humana, mas o resultado de uma infinidade de processos inconscientes dos quais ela mesma não se dá conta. Se considerarmos que a igreja levou quase quinhentos anos para questionar a segunda ferida narcísica, é provável que leve outros tantos para dizer que a consciência não é o centro da razão humana. Até lá eu, você, Freud e outros seres pensantes do mundo, poderemos dormir tranqüilamente.
08 Setembro 2006
Para Ab’Sáber, Machado de Assis falava de um tipo de sujeito, próprio do Brasil, que não coaduna com o padrão descrito por Freud. Se o neurótico sofre ao se sujeitar à "lei", aos limites que a civilização lhe impõe, o sujeito machadiano diz que a lei vale, mas não para ele, pelo menos, de forma decisiva. Esse tipo de sujeito, diz o autor de "O Sonhar Restaurado", ganhador do 48º Premio Jabuti (ed. 34, 320 págs.), a psicanálise descreve, de forma genérica, como perverso.
20 Setembro 2006
UM POUCO DE HUMOR - APPARÍCIO TORELLY
O melhor meio de vencer as náuseas, quando temos que ingerir um remédio repelente, consiste em recorrer à lógica dos rodeios, adotando os métodos indiretos, até chegar à auto-sugestão, transformando assim o remédio repugnante numa coisa que seja agradável ao paladar. Numa palavra, devemos tomar o remédio com cerveja, por exemplo.
EXPERIÊNCIA E CONSTRUTIVIDADE EM WALTER BENJAMIN
Walter Benjamin parece estar falando sempre de dois tempos. Um tempo perdido de criação e um tempo posterior de recriação. O primeiro tempo é o tempo da experiência. Ele fala dessa experiência como uma máscara, a máscara do adulto que é inexpressiva, impenetrável, sempre igual, mas uma ilusão. Questiona a vida absurda e inconsolável para o filisteu que só conhece a experiência e nada além dela, é privado, portanto de consolo e de espírito.
05 Outubro 2006
A morte é talvez a pior tragédia que um ser humano pode suportar, porque ela fala do imponderável, do irreparável e do indizível. Todos nós sabemos que nascemos e morremos e que somente as nossas idéias permanecem, já que o corpo desaparece. Porem, falar da morte, não é necessariamente falar da tristeza, embora esses atributos sejam encontrados quase sempre juntos. Ela deixa no lugar da vida, a perda e o vazio.
08 Outubro 2006
SÍNDROME DE ESTOCOLMO, OU QUANDO A VIDA IMITA A ARTE.
Recebi por E-mail esta carta que, face a sua oportunidade e eloqüência, apresento a seguir.
Augusto Boal é um homem de teatro e intelectual que dispensa apresentações, mas pela minha admiração e respeito, o mínimo que posso fazer é homenageá-lo.
16 Outubro 2006
Nos últimos dois posts coloquei textos atribuidos a nada mais nada menos, do que Chico Buarque e Augusto Boal, dois “apedeutas” de muitos assuntos que a vida contemporânea produziu, mas que, quando se trata da questão política do país, isso não se pode dizer.
Tenho opiniões de pessoas reconhecidamente sábias que opinam nos dois sentidos, mas eu considero um excesso para este tipo de blog. Não quero fazer um Fla x Flu eleitoral, quando quero consulto o Noblat que é bem farto neste quesito.
30 Outubro 2006
Não estou necessariamente contente com a reeleição do Lula, porque tudo somado até hoje já perdi saúde, mais doze anos de vida e de oportunidades. O que eu não queria era perder mais oito com um candidato arrogante, prepotente, dono da verdade, intolerante e cruel. Para quem, como eu, já tem mais de sessenta anos de idade, esse final de vida seria doloroso demais, não só por ter que morrer desgostoso por ter vivido mal, como também por ter deixado para filhos e netos um Brasil pior do que já teve.
02 Novembro 2006
Eu poderia escrever sobre os vários aspectos que hoje em dia encontramos na literatura sobre o assunto, como a questão da biologia, dos transtornos emocionais, da perda da função simbólica no contexto social, da lentidão da velhice frente às velocidades da contemporaneidade, a solidão ou se considerarmos que envelhecer é um absurdo, como diria Albert Camus, o suicídio seria uma solução para o absurdo. Contudo, acompanhando o trabalho de Mônica Messina e-mail:monica_messina@hotmail.com “Dimensões do envelhecer na contemporaneidade” quero comentar a perda do estatuto erogênico do corpo do velho no regime das identidades corpóreas.
18 Novembro 2006
UM POUCO DE HUMOR - O AMIGO DA ONÇA
Com o tempo e com todas as possibilidades que seu sucesso lhe conferiu além de estar vivendo longe da família numa cidade como O Rio de Janeiro, logo desenvolveu uma personalidade instável e se tornou um boêmio inveterado. Péricles morreu de forma trágica. Na noite de 31 de dezembro de 1961, vestido como seu personagem, ele escreveu dois bilhetes, reclamando da solidão, fechou todas as portas do seu apartamento e ligou o gás. Antes, como último toque de humor, o Amigo da Onça desencarnou de seu corpo e foi colocar um aviso na porta, escrito à mão: "Não risquem fósforos".
21 Novembro 2006
Certa vez perguntaram à atriz francesa Jeanne Moreau porque ela, que já fora belíssima e sexy não fazia, como as outras atrizes, uma plástica para retirar as rugas de seu rosto. Na ocasião, ela deu uma resposta que serve de alerta para todos aqueles que passam dos 50 anos. Disse a atriz: “As rugas do meu rosto me custaram muitos anos de vida e sofrimentos para consegui-las. Não vou agora retirá-las”.
26 Novembro 2006
Em todo o caso é preciso levar em conta que o padrão de beleza atribuído é o dos humanos. Nós humanos, via de regra, invertemos os padrões animais onde os machos são os mais enfeitados conferindo-lhes beleza. Entre nós, as fêmeas cuidam mais desse aspecto, além de apresentar uma fertilidade definida e uma disponibilidade sexual indefinida, a mulher não tem cio. Quando se trata de instinto as diferenças não param por aí, pois na espécie humana o esquema de comportamento herdado que pouco varia de um individuo para outro no esquema animal, ganha novos contornos, a pulsão é um deles.
09 Dezembro 2006
O cínico seria, assim, o primeiro anarquista, aquele que desacredita nas conquistas da civilização, e suas estruturas jurídicas, políticas, religiosas e sociais - elas não trariam qualquer benefício ao homem. Sendo auto-suficiente tudo aquilo que naturalmente não é dado ao homem pelo nascimento (como o instinto), não pode servir de base para a conceituação da ética. Este pensamento pode ser encontrado no mito do "bom selvagem", de Rousseau.
Diógenes vivia dentro de um barril e possuía apenas sua túnica, um cajado e um embornal de pão. Conta-se que um dia Alexandre Magno parou em frente ao filósofo e ofereceu-lhe, como uma prova do respeito que nutria por ele, a realização de um desejo, qualquer que fosse, caso tivesse algum. Diógenes respondeu: "Desejo apenas que te afastes do meu Sol". Essa resposta ilustra bem o pensamento cínico: Diógenes não desejava nada a mais do que tinha e estava feliz.
24 Dezembro 2006
TEXTO E DISCURSO – UM PONTO DE VISTA
“(...) Se aceito julgar um texto segundo o prazer, não posso ser levado a dizer: este é bom, aquele é mau. Não há quadro de honra, não há crítica, pois esta implica sempre um objetivo tático, um uso social e muitas vezes uma cobertura imaginária. Não posso dosar, imaginar que o texto seja perfctível, que está pronto a entrar num jogo de predicados normativos: é demasiado isto, não é bastante aquilo; o texto (o mesmo acontece com a voz que canta) só pode me arrancar este juízo, de modo algum adjetivo: é isso! E mais ainda: é isso para mim! Este “para mim” não é nem subjetivo, nem exsistencial, mas nietzschiano (“no fundo, é sempre a mesma questão: O que é que é para mim?“).”
31 Dezembro 2006
É no discurso
da grande fala
que a fala se cala.
.
Sem nome e sem corpo.
Silencia na voz,
silencia no afeto,
silencia na dor.
Ai! como dói!
17 Janeiro 2007
Un estudio psicoanalítico
El descubrimiento y traducción del manuscrito encontrado en Egipto que data del año 300 d.C., conocido como el Evangelio de Judas, en el que Judas Iscariote aparece cumpliendo su misión a pedido del propio Jesús, supone un cambio radical de la imagen que tenemos de él dada por los evangelios canónicos. Este hecho hizo que sacara de las sombras un estudio que ya tiene varios años y que me llevó otros tantos de investigación y del que doy aquí una síntesis.
20 Janeiro 2007
Nuestro estudio
Estimulado por la lectura de Un vintén p’al Judas emprendí en Montevideo una investigación de campo durante los años 1992 al 1996. Para ello construí una serie de preguntas que fueron realizadas en forma oral a niños que se encontraban en la calle pidiendo ‘plata para el Judas’ y cuyas respuestas fueron grabadas. Se apuntó a conocer fundamentalmente si el Judas llevaba nombre, a quién representaba, los motivos que daban los niños para su destrucción y las razones de que el muñeco lleve como nombre Judas.
28 Janeiro 2007
Ya podemos ir viendo entonces que en el grupo de los Judas que llevan el nombre de figuras queridas y admiradas se da el mismo mecanismo que permite al niño preservar de la castración a dichas figuras.
¿Podemos encontrar el mismo sent
19 Fevereiro 2007
Freud tem um interessante texto que apresenta as conseqüências de uma entrevista dada a um jornalista teuto-mericano G. S. Virec que o indaga sobre a sua crença na religião durante uma visita sua aos Estados Unidos e por conta disso recebeu uma carta de um médico americano. Nesta carta o medico fica impressionado com a resposta dada por Freud sobre sua crença na sobrevivência da personalidade após a morte. Simplesmente ele respondeu: “Não penso no assunto”.
21 Fevereiro 2007
COMENTÁRIO DO BLOG RODA DE CIENCIA
Tenho lido com atenção todos os post sobre ciência e religião publicados aqui no blog e parece que a questão da religiosidade começa a tomar forma entre os cientistas. Parece que esta mais para re+ligare do que para co(n)+fundir.
10 Março 2007
A TRANSEXUALIDADE E A GRAMÁTICA NORMATIVA DO SISTEMA SEXO-GÊNERO
Nas diversas teorias que abordam esta questão parece haver um aspecto consensual: o de que na transexualidade haveria uma incoerência entre sexo e gênero. O discurso atual sobre o transexualismo na sexologia, na psiquiatria e em parte na psicanálise faz desta experiência uma patologia - um "transtorno de identidade" — dada a não-conformidade entre sexo biológico e gênero. Por outro lado, ele também pode ser considerado uma psicose devido à recusa da diferença sexual — leia-se, da castração dita simbólica. Nota-se que nestas teorias, o que define o diagnóstico de transexualismo é uma concepção normativa seja dos sistemas de sexo-gênero, seja do dispositivo "diferença sexual". Ambas estão fundadas numa matriz binária heterossexual que se converte em sistema regulador da sexualidade e da subjetividade.
23 Março 2007
... Não sei nem como cheguei até aqui. Estou tonta. Tonta porque estou tomando uns remédios... Vou tentar falar, nem sei como eu começo. É o seguinte, em maio eu dei um flagrante no meu marido, vi que ele tinha outra mulher. Eu estou casada com ele há vinte e tantos anos e já desconfiava, mas nunca me importei muito com isso. Mas quando eu dei esse flagrante, comecei a me sentir muito mal, vi que não dava prá confiar nele. Eu já tinha desconfiado dele em outras situações, mas ia levando porque ele nunca deixava de me procurar. Eu nunca gostei de sexo, com ele não, e nem com ninguém. Mas ele parou de me procurar há uns seis meses. Aí eu pensei que aí tinha coisa, fui atrás e consegui descobrir. Li as notas do cartão de crédito, depois apertei e ele acabou confessando. Aí meu mundo caiu. Porque enquanto desconfiava, mas fingia que não sabia, eu levava a minha vida numa boa, tudo bem. A minha vida sempre foi em função dos outros.
08 Abril 2007
A BUSCA INFINITA
Mesmo com a profusão de padrões de beleza que acompanha a expansão dos mercados de moda e cosméticos, mesmo com campanhas politicamente corretas pela beleza "real", não é possível escapar à imposição midiática da "supermodelo" como exemplo a ser seguido. A opinião é do psicanalista Chaim Samuel Katz, doutor em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
10 Abril 2007
O CÉREBRO, O VERDADEIRO ÓRGÃO SEXUAL DOS SERES HUMANOS
O desejo entre os sexos não é uma questão de opção. Os homens heterossexuais, ao que parece, possuem circuitos neurais que os levam a procurar as mulheres; os homens gays os têm programados para procurarem outros homens. Os cérebros das mulheres podem ser organizados para selecionar homens que apresentem maior probabilidade de serem provedores a elas e seus filhos. O acordo é selado com outros programas neurais que induzem uma onda de amor romântico, seguido por uma ligação de longo prazo.
11 Abril 2007
A FILOSOFIA DO DIREITO
Quem, como eu, não teve uma formação filosófica firme, pode esmorecer diante da perspectiva de enfrentar um texto que trate da filosofia do direito de forma integra. É preciso então voltar-se um pouco para a história da filosofia para entender o que ela pretende no meio jurídico.
22 Abril 2007
CARVALHO - Esse tema ficou por muito tempo na penumbra. Ele foi educado para não imitar o pai mulherengo. Era discreto em suas aventuras. Só pasquins ousavam sugerir aventuras extraconjugais. Foi a doação das cartas a Barral ao Museu Imperial por um neto da condessa em 1948 que forçou uma revisão deste lado da biografia. A revelação causou surpresa e perturbação entre os guardiões da memória do monarca. A meu ver, enriqueceu muito a figura humana do imperador.
24 Abril 2007
JOGO INTERNACIONAL DOS FILÓSOFOS
“Sou um dissidente da verdade. Não creio na idéia de discurso de verdade, de uma realidade única e inquestionável. Desenvolvo uma teoria irônica que tem por fim formular hipóteses. Estas podem ajudar a revelar aspectos impensáveis. Procuro refletir por caminhos oblíquos. Lanço mão de fragmentos, não de textos unificados por uma lógica rigorosa. Nesse raciocínio, o paradoxo é mais importante que o discurso linear. Para simplificar, examino a vida que acontece no momento, como um fotógrafo. Aliás, sou um fotógrafo.”
26 Abril 2007
ATO MÉDICO, INVASÃO DE PRIVACIDADE PROFISSIONAL
Tramita no Senado o Projeto de Lei Nº. 268 (substitutivo) que dispõe sobre o exercício da medicina. Apesar de reconhecermos a legitimidade da busca da regulamentação da profissão dos médicos, não podemos concordar com os termos do projeto, no que tange as demais profissões.
02 Maio 2007
AQUECIMENTO GLOBAL E PSICANÁLISE – UMA APROXIMAÇÃO
Durante estes dois meses eu vivi uma grande angústia diante da perspectiva de tratar a questão do aquecimento global sob o ponto de vista da psicanálise, para contribuir com o tema do mês passado do blogue Roda de Ciência.
05 Maio 2007
LA PERIPECIA DEL ANÁLISIS
Creso le pidió finalmente a Adrasto, a quién le había dado asilo, que fuera como custodia de su hijo a la cacería. El desenlace parece obvio, Adrasto inevitablemente mató sin querer a Atis al darle muerte con su lanza que iba dirigida al jabalí.
Imaginémonos: ¿qué hubiera pasado si Creso hubiera consultado a un psicoanalista y contado su sueño?, ¿lo habría despedido al igual que hizo con Solón?, ¿o habría pasado, en cambio, por la peripecia de un análisis?
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