Desde Freud, a Psicanálise tem sido alvo de discussão, tanto entre seus pares como entre outros grupos que desejam fazer dela uma fonte de prazer. Contudo a cultura contemporânea assimila de certa forma o discurso psicanalítico, como um modo de entender-se no mundo. Entender-se nas diferenças, promotoras de singularidade.
No último fim de semana, como homenagem aos 150 anos do nascimento de Freud, o caderno Prosa & Verso do jornal O Globo publicou diversos artigos que discutem novos desafios para este legado que Freud nos deixou. Não esgota –e nem é este o propósito- mas põe em movimento suas idéias.
Renato Mezan propõe uma psicanálise extensiva e de profundidade frente a sua abrangência no mundo moderno, onde novas formas de subjetividade se fazem presente. Não se pode pensar sem Freud, diz. Pensar com Freud é manter vivo o seu pensamento diante dos fenômenos e das velocidades do século XXI, é entender que a psicanálise tem que se mover, sobretudo, continuar se expandindo sob diversas condições e continuar na sua pesquisa, ouvindo as pessoas no que elas têm de mais íntimo na busca da sua verdade.
Betty Fuks ilumina com Freud e Pacifismo a idéia de que as novações culturais como; a toxicomania, a indiferença e horror pelo estrangeiro, o terrorismo, o fundamentalismo e a massificação, e eu diria também a banalização, obscena do singular no seio da cultura, colocam Freud no front, indicando que a psicanálise pode se sobrepor ao terror da história desde que o analista se mantenha fiel ao inconsciente e se mantenha cúmplice e testemunha da cultura.
"Como se sabe, a psicanálise foi criada como método terapêutico. Ela desenvolveu-se muito posteriormente, mas jamais abandonou seu lugar de origem e continua sempre ligada à relação com os pacientes com fins de aprofundamento e posterior desenvolvimento. Não podemos chegar de outro modo as impressões acumuladas das quais derivamos nossas teorias". (S. Freud, 1933a, 22:151)
Pensando nestas questões, sempre me senti provocado (no sentido de pró-vocare, chamar a si), para fazer circular entre os colegas, as idéias psicanalíticas ou não, oriundas de fragmentos jornalísticos ou panfletários. Agora resolvi criar este BLOG, como um fórum legitimo de discussão entre os psicanalistas e outros pensadores da cultura que desejarem trocar, no sentido mais amplo, suas idéias e críticas.
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