02 janeiro 2011

A FORÇA DA EXPRESSÃO

A palavra expressão possui diversos significados: expressão matemática é qualquer enunciado simbólico que representa uma igualdade ou desigualdade matemática. Expressão em notação musical é a indicação na partitura das nuances de interpretação de uma composição. Expressão idiomática é um enunciado cujo significado é metafórico ou diferente do literal. Expressão também é o ato de exprimir ou manifestar algo. A força da expressão é, por tanto, algo que grita, que surge a partir de um interior inquieto e que, portanto desorganiza. Disjunta. E é isso que vemos nas intervenções urbanas propostas por Rodrigo Pereira. Um designer que une seus conhecimentos artísticos com aproveitamento de material reciclável, para dar uma vida aos mobiliários cariocas sem agredir os olhos dos munícipes e ou visitantes. Mas que interage simbolicamente com a cidade no seu mais profundo ato sublimatório.

Sublimar é fazer arte? Ou fazer “arte” é sublimar?

Primeiro devemos nos perguntar o que vem a ser sublimação e o que ela se propõe a partir da palavra arte.

“Arte (Latim ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, literatura, cinema e dança. O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas idéias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida.” (Fonte: Wikipedia)

Freud criou o conceito de sublimação a partir da ideia de que para existir a civilização houve a "necessidade" de sublimar os instintos. Isto é, trabalhar com os excessos pulsionais.

Para Joel Birman a sublimação na obra freudiana tem o "estatuto de passagem" funcionando sempre como argumento para demonstração de um outro conceito. Ou seja, Freud jamais construiu uma teoria da sublimação.

Mas deixemos Freud em paz e nos inquietemos como Rodrigo o faz com suas intervenções urbanas.

A Revista do jornal O Globo desse domingo deu um especial destaque a ele, publicando junto com outros artistas (grafiteiros) de rua, seus trabalhos. O principal destaque foi a própria capa da revista. Interiormente encontram-se reportagens de todos os artista entrevistados.

O psicanalista Joel Birman que gostou da idéia, considera que quando um artista usa o obstáculo da calçada como uma metáfora para falar de outra interdição, que é a violência, está criando um novo canal de diálogo. É uma crítica positiva: em vez de o artista falar ao governador, ele está compartilhando sua crítica com todos os citadinos.

Uma das sócias da galeria A Gentil Carioca, a artista Laura Lima faz coro, acrescentando que a arte é por si só um movimento de pensamento. Pra ela é fundamental que este pensamento ocupe as ruas, talvez seja a melhor forma de alcançar o público, provocar debate. Os artistas precisam ganhar as praias, onde o olhar está naturalmente mais expandido.

A revista acrescenta que depois de conhecer estes artistas, fica o convite para atravessar as ruas com mais vagar e avaliar o que está no meio do caminho.

Rodrigo nunca teve qualquer problema enquanto pintava os equipamentos da cidade. Nunca "tomou dura" ou foi proibido. Pelo contrário. Chegou a receber uma carta dos representantes da Playmobil no Brasil elogiando o seu trabalho. Durante as fotos da reportagem, dois guardas municipais se animaram com a iniciativa, e um sem-número de crianças pediu aos pais que tirassem fotos com celular, diz a reportagem.

No final, a reoportagem acrescenta que talvez as balas e as bombas causem mais polêmica, principalmente por causa da localização. Afinal, são bombas no Leblon e balas perdidas em frente à Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, observa.

Vale a apena ler a reportagem na íntegra onde outros artistas expõem o seu potencial de criação e de expressão. É força de expressão, ou seria força da expressão?

3 comentários:

Unknown disse...

legal o artigo só deixo uma sugestao para que post uma foto com a obra do artista e o mesmo,para deixalo ainda melhor.
bjss♥

Rogério Silva disse...

Priscilla

desculpe o atraso, mas enquanto você me pedia uma foto eu estava completando o texto.

penso que te realizei, mesmo queremdo apenas concluir o texto

Bj rogerio

Fabio disse...

Eu li o artigo todo e penso que o que você apresenta, vale tambem para os outros que aparecem na revista.

é incrivel como tudo Freud explica. rerere

Fabio