Por Susan Gugguenheim
O famoso texto de Freud sobre o Amor de Transferência é parte dos textos conhecidos como Os Escritos Técnicos em que Freud recomenda aos jovens psicanalistas como lidar com a difícil tarefa de analisar. Analisar, para Freud naquela época era basicamente tratar das histéricas e fazer delas pessoas menos infelizes. Neste pequeno trabalho, sobre o Amor de transferência temos um resumo do que pode acontecer com alguém que por seus sofrimentos, bate a porta de um psicanalista. O amor não é instantâneo. Ele se dá ao longo de uma relação (terapêutica) e como todo amor, segue o seu caminho ou descaminho. Freud queria prevenir os incautos: cuidado com o amor de transferência. Ele é a possibilidade da análise acontece ou a sua desgraça. Muito mais tarde alguns analistas teorizaram a cerca da contra transferência, alegando que é ela que move o analista. Será?
Não se sabe, na verdade o que se passa entre as quatro paredes de um consultório. O que é dito, deitado no divã e o que é percebido por aquele que está sentado na poltrona ouvindo as mais íntimas histórias.
É a partir desta clínica especial que a psicanálise produz este amor surgido deste encontro entre duas pessoas.
Todo psicanalista é afetado caso seja amado ou odiado, sensibiliza-se com a peculiar situação. Passa a ter uma consideração especial pelo seu paciente. Ele se destaca da multidão despertando compaixão, alegria, tristeza, etc.
Qual o psicanalista que não se alegra quando o seu cliente passa no vestibular, é promovido no emprego ou se comove com o falecimento de familiares de seu paciente. O analista muitas vezes é convidado para aniversários, missas, formaturas de seus pacientes. Em geral ele não comparece. Por quê? Não quererá demonstrar a sua emoção ou quer seguir um escrito técnico? Cada qual terá os seus motivos e explicações racionais.
Mas não estamos no campo do pensamento racional embora toda a técnica psicanalítica diga o contrário. Como na canção o poeta pergunta: quem inventou o amor?
Não fui eu nem ninguém. O amor acontece na vida. Será que Freud falava disto em 1924?
13 comentários:
Não tem como querer entender o amor, o amor é algo totalmente sem noção.
Para entender o que é o amor é preciso acima de qualquer coisa amar.
entendo que para um psicanalista manter esse tipo de reçalao com o paciente onde há uma trasfenrencia de amor de ambas as partes,pode prejudicar no tratamento,pois o paciente podera ver o psicanalista como um pai,marido amigo etc,mas acho que nesse caso recusar um convite d um paciente que tem o psicanalista como muito mais que um "doutor",pode prejudicar no tratamento(eu acho,na minha opiniao)pois o paciente pode se sentir rejeitado pelo seu terapeuta nao ter aceitado o convite(nao aceita-lo no caso).
Realmente, não tem como entender o amor...... acontece na vida. Como Freud mesmo diz, O amor é encontrar-se.
O amor é uma mistura de tudo que nós faz bem: amigos ,familia ,um bom livro,aquela musica especial... é aquilo que nós faz acreditar que não estamos só, somos importante para alguém. É setirmos amados isso nos mostra o amor que é tão importante e não se precisa de muita coisa pra ser feliz basta amar... somente amar e deixar ser amado.
Acredito que quando o analisando traça o objetivo de que precisa da ajuda de um profissional, e que para isso a relação estabelecida é meramente profissional, não ocorre o amor de transferência e sim uma relação profissional baseada na cordialidade como outra qualquer.
Para se ter sucesso no processo de análise precisamos ter esta separação.
Sou paciente, estou fazendo psicanálise, tenho sentido amor transferencial no meu tratamento, não sou formado em psicologia, mas tenho lido bastante, tentando entender o que acontece comigo, a princípio é um sentimento bonito, que quer o bem da psicóloga, que quer proteg~e-la e sentir-se protegido, contudo, a ausência dela me causa dor, sofrimento... Isso é a repetição dos eventos infantis (Freud). É interessanto, porque já senti isso por outras mulheres antes da psicanalise, aliás, o principal motivo de eu fazer a psicoterapia... E de, uma hora para outra passei a sentir que amo ela. Sei que isso é fundamental para a minha recuperação e vou procurar trabalhar sempre favorável a isto.
É interessante que o profissional (psicanalista) saiba administrar bem essas situações que ocorrem no setting analítico, pois acontecerão frequentemente durante a análise, portanto, tem que ficar claro ao paciente que essa relação é pertinente ao "par" e que não deve ser estendida para a vida social do mesmo, pois corre o risco de FATALMENTE incidir num "conluio" (consciente ou inconsciente) culminando com o fracasso (não haverá progresso) e posteriormente, o fim da análise.
Moreira.
Amor contudo sente-se quando se ama, porem quando se sabe que se está amando? talvez alguem me fale que existe sintomas do amor, bem o amor é uma doença? creio que não embora "ele" exija um certo ponto de submissão, isso freud explica, quanto ao analista ele deve saber oseu lugar.
Bom, o amor direcionado do paciente para o analista é bastante comum nos settings terapêuticos. Estou fazendo análise, sou estudante de psicologia e ja na terceira sessão a necessidade de dizer ao meu analista,o quanto eu estava (e ainda estou) apaixonada por ele. isso é normal do contexto da psicoterapia. acredito que a brecha na minha vida, onde permito que ele entre. mas ele tem que ter cuidado nessa relação, pra não deixar que o paciente se envolva demais. a transferencia tem que ser usada de forma positiva para o crescimento do analisando. abraços!
Muito interessante se pensar na relação terapeuta-paciente. Como dizia Freud, precisamos nos encontrar. O que nos faz pensar também nas diferentes formas que são apresentadas o amor, seja em sessão ou no cotidiano.
Segundo Jung, a transferência que o paciente faz não é amor, porque ele fará assim qualquer que fosse o terapeuta
Gostei da explicação e dos casos Jung fala que a transferência que o paciente não e amor ele fará assim que qualquer que for a o tratamento com o paciente em relação a terapia.
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