19 janeiro 2009

A FALTA


quando o dinheiro falta
e a carência sobra.
se a oportunidade pauta,
o temor desdobra.

o dinheiro e a carência,
a oportunidade e o medo.
na sobra, a opulência,
na falta, o degredo.

completude perdida, implica em frustração.
e na busca de sentido, sobra a interferência.
cuja ordem significante é a castração.

o desejo é a nostalgia do objeto perdido.
do sujeito, numa excitação contínua,
que implica num desvio do natural contido.

Um comentário:

selma disse...

Rogério, há muito não viajava através de seus poemas. E, hoje, me permiti enriquecer um pouco, minha alma, com suas palavras. Como isso acontece, a ausência, eu não sei, talvez seja a castração, da qual você fala no poema. A gente se deixa levar pela correnteza e não reage as provocações. "Se o pássaro soubesse que é a resistência do ar que o faz manter-se nas alturas, não desejaria o vácuo que o levaria ao não esforço, mas o projetaria no abismo. É assim que encontro explicação para esta mesmice em que me encontro:conformismo. Parabéns por continuar a bater suas asas contra as resistências da vida. Talvez você não perceba a velocidade e a altura de seus vôos. Você VIVE. Parabéns!