20 março 2012

CONSCIÊNCIA E FELICIDADE, ALÉM DO ATEU E DO ATEÍSMO - DOCUMENTÁRIO


A indagação acerca do propósito da vida humana já foi formulada muitas vezes, mas nunca recebeu porém uma resposta satisfatória e, diz Freud, talvez não haja mesmo uma. Muitos supõem que se fosse demonstrado que a vida não tem propósito, esta perderia todo o seu valor. Este questionamento parece tipicamente do humano, visto que ninguém fala do propósito da vida dos animais; talvez por se supor presunçosa e arrogantemente que estes estão a serviço do homem. E asseverando que só a religião é capaz de resolver essa questão. Dificilmente incorreremos em erro ao concluirmos que a ideia da vida possuir um propósito se forma e desmorona com o sistema religioso, dizem.
Enfrenta então o problema menos ambicioso de saber qual é intenção que os homens, por seu comportamento, atribuem às suas existências: que pedem eles da vida e que desejam nela realizar? E responde: "Esforçam-se para obter felicidade; querem ser felizes e assim permanecer." Essa empresa apresenta uma meta positiva e outra negativa – por um lado, busca a ausência de sofrimento e de desprazer; por outro, visa à experiência de intensos sentimentos de prazer. Em sentido restrito, ‘felicidade’ só diz respeito a estes últimos. Vê-se que o propósito da vida é dado pelo princípio do prazer, que domina o funcionamento do aparelho psíquico desde o início; não há dúvida sobre sua eficácia, ainda que seu programa esteja em desacordo com o universo inteiro: todas as suas normas lhe são contrárias. Freud insiste que somos feitos de modo a só obtermos prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um estado de coisas. Embora dizendo que pode ser exagero, cita Gœthe a esse respeito: "nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos."
Para ver o documentário clique no link abaixo.



O documentário inicia com quatro frases, extremamente preconceituosas.
“O homem mais triste do mundo é aquele que não acredita em Deus.”
“Perdão, mas você que não acredita em Deus é um ser humano vazio, totalmente oco por dentro.”
“Tenho nojo daquele que não acredita em Deus, não sei pra que vive uma pessoa dessa!”
“As igrejas, fanáticas ou não, sempre “regulam” os comportamentos. Onde falta Deus, a desgraça se espalha.”
Já imaginaram se essas frases dissessem justo contrario e ficassem assim:
“O homem mais triste do mundo é aquele que acredita em Deus.”
“Perdão, mas você que acredita em Deus é um ser humano vazio, totalmente oco por dentro.”
“Tenho nojo daquele que acredita em Deus, não sei pra que vive uma pessoa dessa!”
“As igrejas, fanáticas ou não, nunca “regulam” os comportamentos. Onde existe Deus, a desgraça se espalha.”
Como é que quem acredita em Deus, se sentiria?
Seis pessoas, Asa Hauser, professora de Inglês; Eli Vieira, biólogo; Cassionei Petrys, professor de Portugues; Cesar Goes, professor de sociologia; Pablo Villaça, critico de cinema e Edgar Hoffmann, professor de filosofia aposentado, são os entrevistados.
Daí eu pude tirar duas conclusões que reputo importantes:
1 - Numa pesquisa (a única que encontrei no Google) feita na Inglaterra no censo de 2000 sobre as religiões na população carcerária, 67% das pessoas segue alguma religião e 99,3% acredita em Deus. Portanto quem acredita em Deus também mata, rouba ou comete outros crimes. O “ateu” que corresponde a 0,7% da população é mais ético e moral.
2 - Outra curiosidade, mas não sei dizer os números, é que entre os analfabetos, a maioria acredita em Deus e entre os ateus e agnósticos, a maioria tem curso superior e/ou pós-graduação. Repare no perfil dos entrevistados do documentário.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rogério
Tomei um susto quando vi essas frases colocadas ao contrario. Eu nunca tinha pensado nisso e eu mesmo já falei algumas, mas sempre me soou estranho porque eu nunca conheci, de fato, um ateu pessoalmente.
Desde criança sempre senti um misto de ódio e respeito ao ateu e nunca tive uma explicação para isso. Das aulas de catecismo até o meu casamento, sempre fiquei com uma pulga atrás da orelha. Atraído ao ateísmo por admiração e repudiando por obrigação.
Hoje tenho 32 anos, cumpri com todos os rituais da igreja católica, não me arrependo disso. Mas continuei a ler e estudar filosofia, sinto que já estou pronto para mudar minhas convicções sem me sentir violentado com isso. Tenho aprendido com Primo Levy o perigo que a intolerância trás ao homem. Toda intolerância é produtora de violência.
Obrigado pelo documentário que me da a oportunidade de mudar as minhas convicções, sem me violentar e sem violentar quem quer que seja.
Recomendo esse documentário a todas as pessoas, religiosas ou não, enfim, a qualquer pessoa.
Valeu!
Marcos Vinicius Tardelli