13 julho 2010

OBRIGADO PAULO MOURA



Aprendi a gostar de Paulo Moura ouvindo o som de seu clarinete na minha juventude. Nos bailes, nas apresentações aquele som me encantava. Boocker Petman, Vitor Assis Brasil, Moacyr Silva e muitos outros também encantaram o meu imaginário, retirando desse instrumento um som meloso e agradável..

O clarinete é um descendente do chalumeau, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade Média. Em 1690, Johann Christoph Denner, charamelista alemão, acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão esquerda, para que assim pudesse tocar numa abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu, assim, o clarinete contemporâneo. Introduzido nas orquestras em1750, foi um dos últimos instrumentos de sopro incorporados à formação orquestral moderna.

Paulo Moura destacava-se pela sua simplicidade e generosidade. Tocava musicas nacionais internacinais, clássicas e principalmente o chorinho e o jazz. Em 1982, compôs a trilha sonora do filme O Bom burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira. Participou em 2005 de uma turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim, ao lado de Armandinho, Yamandú Costa e Marcos Suzano.

Moura ganhou o primeiro Grammy Latino para Música de Raiz com o trabalho "Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas", em 2000. E foi indicado novamente ao Grammy em 2008, na categoria Melhor CD Instrumental, como disco "Para cá e Pra Lá".

O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o dia 4 de julho com um linfoma (câncer do sistema linfático), falecendo 8 dias depois.

Por essa brilhante carreira, o meu muito obrigado por poder estarmos próximos ao longo de tantos anos, desfrutando de suas belas composições e execuções.


Sobre Paulo Moura

Um comentário:

Anônimo disse...

Poxa!

eu nunca vi tão singela homenagem de alguém que, certamente ele não conheceu e que, no então, reconheceu o seu valor musical.

acho que nisso vocês tinham algo em comum, a sensibilidade.

fiquei feliz em ler suas palavras, que se me permitir, me aproprio. faço delas, as minhas.